quarta-feira, 19 de maio de 2010

SE eu vier a falecer...

Deixo o meu pc para Carmen.
Minhas blusas à minha mãe, meu celular à ela também.
O restante das roupas doem às crianças orfãs.
Meus sapatos fiquem para Jéssica.
Minhas bonecas fiquem para Julia.
Meus brinquedos de "macho" fiquem para o Emerson.
Meus ursinhos de pelúcia deem aos órfãos,
exceto a mariana (a vaca que canta), o madagascar (o panda) e a morgana (boneca azul) que devem ficar como lembranças minhas em algum lugar dessa casa.
Por obséquio, destroçem aquele guarda-roupas.
Meu rádio fique para minha mãe, apesar que pertence a ela desde que eu ganhei o computador.
É provável que eu não tenha dinheiro, mas se um milagre acontecer e eu o tiver, dê tudo a "Obra Mundial"
Peço aos amigos e parentes que cuidem dos meus pais, peço a Carmen que cuide de meus estudantes, minhas revisitas e de alguém ela sabe quem.
PELO AMOR DE DEUS! NÃO ME ENTERREM! ME CREMEM! As cinzas jogue em uma plantação de girassóis, se não tiver, jogue em uma plantação de eucalipto.
Se alguém sentir minha falta, alimente um mendigo, abraçe um órfão e console alguém doente, isso não vai matar as saudades, mas fará alguém feliz. E se apeguem à esperança de ressurreição.
Se não houver possibilidades de me cremar, me enterrem de branco. Vocês tem o direito de me enterrar, se quiserem.
Para os demais deixo meu pouco juízo, minhas saudades e a minha porcentagem de O2 a mais para respirarem, e o CO2 a menos para detonar a atmosfera.
Se durante minha vida eu briguei, foi para que a saudaade fosse mais forte que o orgulho e as pazes mais intensas que as brigas.
Se durante minha vida eu chorei, foi para que meu sorriso tivesse mais significado.
Se durante minha vida eu marquei presença, foi para que na minha morte vocês sentissem saudades.


EDLAINE J. SOUZA

* leia em voz alta no meu funeral